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Movimento pelo bem-estar. Por Débora Ventura.


O que diferencia um ser vivo de um não vivo? Além da respiração, capacidade de reproduzir-se e muitas outras caraterísticas, a movimentação em diversos níveis é uma particularidade dos seres viventes.

Assim como precisamos de alimentação e oxigênio para a nutrição celular, o movimento é essencial para o desenvolvimento e manutenção do sistema locomotor. Músculos, articulações, órgãos e até a circulação dependem do movimento para funcionarem com plenitude. A estagnação leva progressivamente à atrofia, à desidratação articular, à falta de circulação, e em alguns níveis até mesmo à morte.

É só pensar no que acontece quando precisamos ficar com algum membro imobilizado por um tempo. Passado o período de imobilização, nos deparamos com um lado muito diferente do outro, que permaneceu ativo. Se for, por exemplo, um braço fraturado, após algumas semanas ele estará mais fino, com músculos fracos e encurtados.

No caso extremo de um indivíduo que precisa ficar deitado por longos períodos, é necessário que a sua posição seja modificada constantemente. Se isso não acontece, vemos mais um efeito da imobilização: feridas nos locais de maior pressão contra o colchão.

Isso porque a circulação diminui muito nessas regiões. Se ficar muito mais tempo nessa situação, seus ossos ficarão fracos, pois as articulações dependem da descarga de peso para absorverem cálcio e permanecerem fortes.

Sem movimento também há diminuição da lubrificação articular e as estruturas passam a atritar-se, facilitando o aparecimento de lesões. Resumindo: quanto mais tempo parados, menos movimento conseguimos gerar.

Esse é um caso extremo da falta de mobilidade. Mas num nível mais comum de sedentarismo, já podemos experienciar conseqüências muito sérias como a circulação de sangue deficiente, diminuição do espaço entre os ossos, músculos encurtados e fracos, e energia estagnada.

Além disso, o movimento tem efeitos mais profundos. Quando praticamos um exercício, principalmente se for aeróbico, liberamos endorfinas, que são hormônios que trazem bem-estar e prazer - uma arma natural contra a depressão. E como a sensação que eles promovem é, de certa forma, viciante, podemos concluir outro efeito do movimento: ele gera mais vontade de se movimentar.

Aí temos uma aplicação perfeita da segunda Lei de Newton, que fala da tendência de corpos parados permanecerem assim. No entanto, ao menor impulso, a inércia é quebrada e o corpo tende a continuar em movimento.

Por isso é tão difícil para alguns iniciar a prática de atividades físicas. Isso implica em sair da inércia. Em contrapartida, depois que se começa, é difícil entender o motivo pelo qual se ficou tanto tempo parado.

Fugindo do sedentarismo promovemos nossa saúde, utilizamos com plenitude o corpo que nos foi dado, aumentamos a longevidade, e celebramos a vida.

Conscientes de tudo isso, não há como não fazer parte do movimento pelo bem-estar. Junte-se a ele você também. Débora Ventura Fisioterapeuta Especialista em Medicina Tradicional Chinesa Acupunturista - Osteopata

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